Por que às vezes temos a sensação de cair quando estamos a adormecer?

Todos nós já devemos ter experimentado aqueles movimentos súbitos que o corpo faz quando estamos a adormecer. A sensação é comum e, se combinada com um sonho, pode dar a sensação que nos  movemos e/ou caímos.

Quando parece fazer parte de um sonho, isso é chamado de incorporação, e mostra a fantástica capacidade de improvisação de nossa mente, explica o neurocientista Tom Stafford, da Universidade de Sheffield, do Reino Unido.

A experiência, conhecida como espasmo hípnico, revela o conflito que se passa em nosso cérebro quando “desligamos” para dormir.

O espasmo hípnico ocorre quando os músculos, em geral os das pernas (embora possa ocorrer em todo o corpo), se contraem rapidamente de forma involuntária, quase como um puxão ou um espasmo. Embora não se conheçam com exatidão as razões para isso, a perspectiva evolutiva sugere que esse fenómeno cumpre pelo menos duas funções relacionadas entre si, a primeira das quais mantém sua importância na atualidade.

Em primeiro lugar, esse despertar brusco nos permite vigiar pela última vez nosso ambiente, dá-nos a oportunidade de garantir que é realmente seguro dormir, criando uma resposta semelhante a um sobressalto. Afinal, é possível que tenhamos adormecido sem querer em algum lugar perigoso.

Outra função evolutiva da qual falamos é que isso nos permitia – ou pelo menos permitia aos nossos primeiros ancestrais – comprovar a estabilidade de nossa posição corporal antes de dormir, principalmente se começávamos a adormecer em uma árvore. O espasmo nos permitia comprovar nosso “ponto de apoio” antes de entrar na inconsciência.

Uma outra teoria é a de que o espasmo hípnico é um mero sintoma de que nosso sistema fisiológico ativo cede finalmente, embora às vezes de forma relutante, ao impulso de dormir, passando de um controle motor ativo e voluntário a um estado de relaxamento e, finalmente, de paralisia corporal. Em essência, o espasmo hípnico pode ser um sinal de que finalmente a pessoa está passando do sistema ativador reticular do cérebro (que usa neurotransmissores excitatórios que promovem a vigília) ao núcleo pré-óptico ventrolateral (que utiliza neurotransmissores inibitórios para reduzir a vigília e propiciar o sono).








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