Por que ovos e coelhos são símbolos da Páscoa?



Na época da Páscoa, o comércio de diversos locais do mundo usa o coelho como símbolo da festa, associado diretamente à venda de ovos de chocolate. Mas, se coelhos não põem ovos, por que são símbolo da Páscoa? E como os ovos passaram a ser incluídos na festa?
Na tradição judaica e cristã, a Páscoa significa a ressurreição e possibilidade de recomeço. A celebração vem da festa judaica chamada Pessach, que significa “passagem” em hebraico. A expressão é uma referência à saída dos judeus do Egipto e sua libertação da escravidão. Durante a festa judaica, o ovo é utilizado como símbolo do povo de Israel por conta de, quando cozido, não perder a sua forma original. O facto é associado à ideia de que, mesmo que o povo judeu tenha sofrido, continuaram mantendo sua identidade.

A partir daí, estudos apontam que a comemoração foi adaptada pelo cristianismo para relembrar a ressurreição de Cristo, que também representa a renovação da vida.
Como forma de popularizar a festa, o coelho teve sua imagem ligada à Páscoa. O facto aconteceu por conta de o coelho ser um mamífero que se reproduz de forma rápida, passando a ser visto como símbolo da fertilidade, e consequentemente, vida. Apesar disso, as histórias sobre a aparição do coelho na Páscoa variam.

OVOS DE CHOCOLATE

No início não existiam os ovos de chocolate e as pessoas se presenteavam com ovos de verdade, pintados e decorados. Mais tarde, os confeiteiros franceses começaram a fabricá-los em chocolate e o costume passou a ser imitado em diversos cantos do mundo.

Segundo uma das lendas que se conta, uma mulher teria pintado e escondido alguns ovos para que os filhos procurassem num domingo de Páscoa. Quando as crianças descobriram o ninho, um coelho passou correndo por elas. Os meninos imaginaram que o animal trouxera o presente.  

Uma dessas versões, que tem sido disseminada ao longo dos séculos é a de que, Maria Madalena teria ido antes do amanhecer de domingo ao sepulcro de Jesus de Nazaré - crucificado, na sexta-feira - levando consigo material para ungir o corpo dele. Ao chegar ao local, teria visto a sepultura entreaberta.

Um coelho, que teria ficado preso no túmulo aberto na rocha, seria o primeiro ser vivo a testemunhar a ressurreição de Jesus. Por essa razão, ganhou o privilégio de anunciar a boa nova às crianças do mundo inteiro na manhã da Páscoa. É ele, portanto, o suposto portador do ovo de chocolate.

O ovo, por sua vez, é um símbolo de vida e renascimento. Povos da Antiguidade, como os romanos, propagavam a ideia de que o Universo teria a sugestiva forma oval. Na Idade Média, houve quem acreditasse que o mundo teria surgido dentro da casca de um ovo. 

Logo, estabeleceu-se o hábito de presentear uns aos outros com ovos de galinha. Alguns historiadores especulam que essa tradição teria surgido entre os persas. Outros atribuem sua origem aos chineses.

Foi uma questão de tempo para que os ovos presenteados passassem a ser ornamentados. Na Idade Média, as cascas dos ovos de galinha eram pintados à mão.

Na Alemanha, os ovos coloridos são pendurados nos galhos das árvores, como se fossem bolas de Natal. 
Na Rússia, são colocados nos túmulos como homenagem aos que já se foram. 
Na Itália, as mesas da ceia pascal são decoradas com ovos coloridos", exemplifica o escritor e pesquisador Evaristo Eduardo de Miranda, autor do livro Guia de Curiosidades Católicas.

Os czares russos elevaram o hábito de dar ovos de presente a um novo patamar. 
Entre 1885 e 1916, 50 ovos foram encomendados a Peter Carl Fabergé, um famoso joalheiro russo, pelos czares Alexandre 3º e Nicolau 2º.

Um deles, dado de presente por Alexandre 3º para sua mulher, a imperatriz Marie Feodorovna, trazia em seu interior um relógio cravejado de safiras e diamantes. Em Abril de 2014, o mimo, de 8,2 cm de altura, foi avaliado em US$ 20 milhões.

Por volta do século 18, os confeiteiros franceses resolveram experimentar uma nova técnica de preparo: que tal esvaziar os ovos e recheá-los de chocolate? Um século depois, os ovos passaram a ser feitos de chocolate e recheados por bombons. A invenção gastronómica foi aprovada até por quem não vê qualquer significado religioso em ovos e coelhos.






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