Qual a origem do nome da Fonte dos Pasmados em Vila Nogueira de Azeitão

Segundo a tradição, a fonte ficou a ser conhecida por este nome, derivado ao pasmo, à admiração, que a sua contemplação causava. Na verdade é admirável, ao ponto de ser considerada o ex-libris de Vila Nogueira de Azeitão, fazendo-lhe guarda de honra - nessa qualidade  - a fachada central das caves de José Maria da Fonseca.

 Na opinião de alguns historiadores de Azeitão, o chafariz dos Pasmados foi um dos principais empreendimentos mandados realizar por Agostinho Machado de Faria, “cujas ideias sobre urbanismo, bastante avançadas para a época” permitiram grande desenvolvimento nessa área em toda a região de Azeitão, a partir dos finais do século XVIII. Neste sentido, no início do seu primeiro mandato, em 1768,  começou por mandar transferir, do pátio da Quinta da Nogueira, a fonte que até então lá existia, a qual por defeito de construção e por falta de cuidados, atribuídos ao seu proprietário, tinha a água estagnada e, “cujo consumo provocava com frequência doenças. 

Na transferência e reconstrução da fonte, o juiz de fora, teve a ajuda  voluntária da própria população que : “trabalhou de  noite e em dias feriados não auferindo qualquer remuneração”. Contudo, a obra, apesar da sua incontestável importância e utilidade, causou bastantes problemas ao seu mentor : a transferência foi denunciada como “tendo causado graves prejuízos para o cunhal e muro da casa nobre da Quinta” e, a ajuda voluntária, prestada pelo povo, foi também motivo de problemas, constando no libelo acusatório já referido, o seguinte : “(...) que o dito ministro ... pelo seu malévolo animo ... que algumas fontes, são fabricadas com o suor e trabalho dos pobres ... e .. “para o efeito de que não faltem ... são presos e manietados todos aqueles que faltem ...”.

Noutro quesito da acusação supra citada e ainda com respeito a esta obra lê-se que: ”foi a primeira obra hum xafariz q. mandou fazer em Aldeya Nogueira ... q. no caso de se pagar se despenderia mais de seicentos mil reis.

O Chafariz dos Pasmados tem monumentalidade, não só pelo seu porte, como também, pelos elementos decorativos esculpidos em mármore, do qual se salientamos, pelo significado e pela perfeição da escultura, o escudo real de D. Maria I .





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