A Gripe Espanhola
"A história da Gripe Espanhola, a pandemia mais mortífera de todos os tempos"
"Há praticamente 100 anos, no começo de 1918, uma onda relativamente leve de uma nova epidemia atingiu a Europa. Meses mais tarde, no fim de Agosto do mesmo ano, uma onda realmente poderosa chegou com força. Era a Gripe Espanhola.
O saldo total da epidemia (ou melhor, pandemia) foi de um mínimo de 50 milhões de mortes – entre 2% e 3% da população do mundo na época. Em alguns lugares, como nos Estados Unidos (tido como um dos prováveis epicentros da doença, apesar do seu nome popular, gripe espanhola), a expectativa de vida média da população caiu por volta de 12 anos.
"Foi a pior e mais letal epidemia registada no mundo desde a Peste Negra – numericamente, talvez a pior de todos os tempos. Mas, tão rápido quanto chegou, a Gripe Espanhola foi embora, deixando um saldo enorme de mortos e um mundo traumatizado.
Gripe do Velho Oeste
A hipótese mais aceite para o surgimento da Gripe Espanhola foi a de que ela teve origem no condado de Haskell, Kansas, numa época que até poucos anos atrás ainda podia ser descrita como “Velho Oeste”. As pessoas ainda conviviam diariamente, e com um grande grau de proximidade, com todo tipo de animais domésticos, entre porcos, galinhas, cavalos e cães pastores.
O vírus que causou a Gripe Espanhola foi o infame H1N1, responsável em 2009 pela gripe suína. Ele acabou sendo levado para uma base do exército americano no estado, de onde foi para a Europa juntamente com os soldados convocados para lutar na Primeira Guerra Mundial.
Os sintomas eram muito diferentes dos de uma gripe comum. Tanto que a Gripe Espanhola foi confundida com diversas outras doenças, entre elas dengue, febre tifoide e até cólera. De acordo com uma carta escrita por um médico do exército americano, já no auge da epidemia, as vítimas “parecem no início ter o que parece ser um caso comum de gripe ou influenza, mas quando levados ao hospital rapidamente desenvolvem o tipo mais terrível de pneumonia já visto (...) e algumas horas depois já é possível ver a cianose se estendendo de seus ouvidos para todo seu rosto, até que é difícil saber quais deles são negros e quais eram brancos. Daí até a morte é apenas uma questão de horas. (...) É terrível".
De acordo com outro relato da época, “uma das complicações mais visíveis [da Gripe Espanhola] é a hemorragia nas membranas mucosas, especialmente no nariz, estômago e intestino”. Sangramentos pelos ouvidos, pele e até mesmo olhos também eram comuns. Tudo isso levava a um estado de paralisação que, aliado à depressão mental, podia causar “histeria, melancolia e insanidade, com tendências suicidas”.
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