Efeméride - Fernando Pessoa nasceu a 13 de Junho de 1888

Nascimento
Fernando Pessoa um dos maiores poetas da língua portuguesa, nasceu em Lisboa, a 12 de Junho de 1888.

Inglês como segunda lingua
Foi criado na África do Sul, em Durban, tendo adotado o inglês como segunda língua. Devido ao seu contato com a literatura inglesa, seu primeiro livro foi escrito em inglês, tendo escrito uma obra em português apenas uma década depois.

O encontro com Cecília Meireles
Certa vez, a escritora Cecília Meireles foi a Portugal para participar de conferências em Lisboa e aproveitou a ocasião para marcar um encontro com Pessoa -ambos nunca tinham se visto antes, mas a poetisa era uma admiradora de seu trabalho. Porém, o poeta a deixou esperando por 2 horas e na volta ao hotel, Cecilia recebeu o livro “Mensagem” e uma carta escrita pelo próprio Pessoa explicando os motivos para o não comparecimento dele. Ele justificou dizendo que os astros indicavam que ambos não podiam se encontrar naquele dia. Os dois nunca chegariam a se encontrar depois disso.

Encontros
Em outra ocasião, Fernando Pessoa chegou atrasado em um encontro com José Régio, escritor português, e dessa vez a justificativa era de que Fernando Pessoa não poderia comparecer e então, apresentou-se como Álvaro de Campos.

Interesses
Além de ser um ávido pesquisador da astrologia, chegando a fazer mapas astrais de amigos, Pessoa gostava de assuntos ligados à maçonaria e fraternidade Rosacruz.


Heterónimos
Uma das marcas registadas da escrita de Fernando Pessoa foi a criação de diversos heterónimos, personalidades que assinavam seus textos e para cada uma delas, ele criava diferentes características e movimentos literários presentes na escrita. Entre pseudónimos, heterónimos e semi-heterónimos, Pessoa chegou a criar aproximadamente 72 nomes. Entre os mais famosos, três deles se destacam:

Álvaro de Campos
A personalidade criada para Álvaro de Campos era a de um engenheiro de educação inglesa e origem portuguesa, mas que independente do lugar, sentia-se sempre um estrangeiro. Suas marcas na escrita são os movimentos literários decadentista (com influência no Simbolismo) e principalmente o Futurismo.

Talvez o poema mais conhecido dele seja Tabacaria, dono do trecho: “Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.” 
Ricardo Reis
Um médico monárquico e latinista, que se expressava por meio de elementos bucólicos, epicuristas e estóicos. Assim podemos definir um pouco de Ricardo Reis, que mudou-se para o Brasil em protesto pela proclamação da República em Portugal.

Uma curiosidade é que José Saramago escreveu “O ano da morte de Ricardo Reis”, obra na qual ele dá continuidade a esse universo colocando Fernando Pessoa, o criador, para dialogar com sua criatura, Ricardo Reis. “Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui” – versos de Põe quanto és no mínimo que fazes.
Alberto Caeiro
Por fim, na tríade mais famosa de Pessoa temos Alberto Caeiro, um camponês de vida simples, que não chegou a completar os estudos e que morreu de tuberculose. Ele era conhecido com o título de poeta-filósofo, mas na verdade não gostava do rótulo e acreditava na “não-filosofia”, no sentido de que os seres simplesmente são e nada mais.

Como marcas na escrita de Caeiro tinha a estética simples, concreta, mas reflexiva. É possível resumir suas crenças em “Há metafísica bastante em não pensar em nada”.
Obras de Fernando Pessoa
Como Fernando Pessoa, assinou uma lista extensa de obras, sendo as principais: “Mensagem”; “Autopsicografia”; “Ficções do interlúdio: para além do outro oceano”; “Aniversário”; “O Eu profundo e os outros Eus”, “Todas as cartas de amor…”; “Vendaval”, entre diversos outros livros e poemas.

Destacamos também “Do Livro do Desassossego”, assinado por seu heterónimo Bernardo Soares.
Talentos diversos
Para saber mais sobre quem foi Fernando Pessoa também é importante apontar não só o seu talento como poeta extraordinário, mas também suas habilidades para trabalhar com diversas facetas da língua. Foi jornalista, tradutor, editor, publicitário, crítico literário e editor.


Influência
Ao lado de personalidades como Da Vinci, Mozart e Einstein, foi indicado pelo Bureau Internacional das Capitais da Cultura como uma das 50 personalidades mais influentes da cultura europeia.

Fama na posteridade
Como muitos poetas, só alcançou de fato a fama após sua morte. Ele faleceu em 1935 e apenas em 1940 seus poemas foram traduzidos e ganharam o mundo.


Homenagem
Existe na cidade do Porto uma universidade chamada Fernando Pessoa, em sua homenagem.

Morte
A causa de sua morte é divulgada como uma “cólica hepática”, mas na atualidade alguns médicos se questionam sobre o diagnóstico. Morreu em 1935, aos 47 anos.

“Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas – a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus.”
Alberto Caeiro – Poemas Inconjuntos


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