Sobrevivente do Holocausto alerta: “o ódio de hoje se assemelha ao dos anos 30”





Sobrevivente do holocausto e amiga de infância de Anne Frank, Eva Schloss, agora com 89 anos, faz um alerta perturbador ao afirmar que o mundo não aprendeu nada com o nazismo. O mundo sofre dos mesmos males daquela época, a mesma insegurança, o mesmo sentimento de ódio e intolerância.
Em entrevista ao Estadão, Eva falou de suas lembranças, do terror que viveu quando prisioneira nos campos de concentração dos alemães, da crueldade da separação dos entes queridos e o dizer do pai: “Deus vai ajuda-la”.
Talvez a Providência Divina tenha chegado a tempo para Eva Schloss, hoje com 88 anos, mas a amiga Anne Frank não aguentou esperar e acabou morrendo em outro campo. “Anne Frank e sua irmã foram levadas de Auschwitz e colocadas em um campo que seria libertado muito depois. Se ela tivesse ficado, teria sobrevivido. Em Janeiro, pelo que sabemos, ela ainda estava bem. Ela morreu em Março.”
Outra coisa que preocupa Eva é o esmaecimento da História, que a seu ver, está sendo esquecida. Nesse aspecto ela faz referência ao descaso que afirma ter constatado no Japão, onde as pessoas desconhecem quase que totalmente os horrores acontecidos na Europa desse período: “No ano passado, estive no Japão e fiquei impressionada com o fato de eles não conhecerem nada de história, muito menos sobre o que ocorreu na Europa. Espero que um dia a sociedade mude e não haja mais a necessidade de falar em ódio. Mas, até lá, precisamos repetir essa mensagem e lembrar o que ocorre quando levamos o ódio ao extremo.”
Eva Schloss fala ainda da ascensão da extrema direita na Europa, se referindo a isso como algo preocupante, que gera um clima ruim de intolerância e medo, assim como ocorrido nos anos 30 às vésperas da grande guerra. Segundo ela, nem a evolução tecnológica, que é algo bom, está sendo suficiente para uma consciencilização colectiva, no sentido de evoluir o ser humano e as pessoas se tornam cada vez mais “mesquinhas”.

Hoje Eva percorre o mundo falando sobre os horrores vividos na guerra. Agora, para que sua mensagem permaneça, ela fez parte de um projecto que transformará sua imagem em holograma, que correrá escolas de todo o mundo condenando a intolerância.


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