Solstícios
Solstício de inverno é um fenómeno astronómico que marca o início do inverno. Ocorre normalmente por volta do dia 21 de Junho no hemisfério sul e 21/22 de Dezembro no hemisfério norte.
O solstício de inverno, o dia mais curto do ano e, consequentemente, a noite mais
longa.
O calendário ainda não contava os anos a partir do nascimento de Cristo quando Roma destruiu Cartago, dando fim à Terceira Guerra Púnica.
Era o século II a.C., e, enquanto o Budismo era introduzido no Sri Lanka, o dia 25 de Dezembro era festejado pelos povos romanos.
Mas se Jesus ainda não tinha nascido, qual era o motivo de tanta comemoração?
Se pensarmos “rá" (Deus do Sol), só podia ser o solstício”.
Muito antes de a Astronomia existir para poder estudar o fenómeno, ou de religiões cristianas serem impostas, o movimento da Terra e sua relação com o Sol já eram percebidos pelos seres humanos.
E é nessa atmosfera de celebrações pagãs, mistérios medievais e descobertas científicas que vamos entender um pouquinho mais sobre os solstícios.
Solstícios têm dia e hora marcados
Solstício não é um período (como as estações do ano, por exemplo), e sim um momento específico do dia, previsto com exactidão pelos astrónomos, e que marca o início do Verão ou do Inverno.
No Hemisfério Sul (abaixo da linha do Equador, e acima do Trópico de Capricórnio), o solstício de Verão acontece entre os dias 21 e 23 de Dezembro, enquanto esse mesmo período, no Hemisfério Norte (acima do Equador, e abaixo do Trópico de Câncer), marca o início do Inverno.
Da mesma maneira, é entre os dias 21 e 23 de Junho que acontece o solstício de Inverno no hemisfério Sul, enquanto a mesma data marca o início do Verão, nos países acima da linha do Equador.
A observação astronómica é tão assertiva, que os cientistas já têm o horário exacto dos solstícios até o ano de 2025!
O monumento Stonehenge foi construído para observar os solstícios de Verão
O que acontece nesses dias? Existe alguma mudança visível no ambiente?
Não só existe, como muitos povos construíram monumentos para observá-los.
Esse é o caso do Stonehenge, construído na Inglaterra há mais de 4 mil anos.
Valendo-se do conhecimento adquirido da observação do céu, foi possível criar um ponto em que se pode admirar o Sol que nasce exactamente em cima desse monumento.
Mas isso só acontece no Solstício de Verão, pois as localidades do Hemisfério Norte estão “mais próximas” do Sol. É o dia mais longo do ano, já que a luz solar incide sobre o Trópico de Câncer por mais tempo do que nos outros dias do ano, dando entrada ao Verão europeu.
Actualmente, o monumento recebe centenas de visitantes que buscam não só admirar a beleza proporcionada pela natureza, mas também curtir a programação cultural desse dia.
O único lugar onde não há solstício é na linha do Equador
Enquanto o solstício de Verão é caracterizado pelo dia mais longo do ano, o de Inverno marca exactamente o contrário: a noite mais longa.
“Ambos” fenómenos acontecem ao mesmo tempo (na realidade, são o mesmo fenômeno): enquanto o Hemisfério Norte está mais exposto ao Sol, o Hemisfério Sul – consequentemente – está mais distante; e vice-versa.
No entanto, existe uma região do globo terrestre que não é afectada por essas mudanças “estratégicas” de posicionamento da Terra: a linha do Equador.
Enquanto todas essas mudanças acontecem próximas aos trópicos, a duração dos dias na linha do Equador é sempre a mesma, com 12 horas de luz e 12 horas de noite.
Por isso, não é possível observar solstícios nos países próximos da linha do Equador.
Os trópicos de Câncer e Capricórnio são definidos em função dos solstícios
Não são os trópicos que definem os solstícios, é exactamente o oposto.
Os movimentos da Terra ao redor de si mesma e em torno do Sol são observados há milénios, muito antes de qualquer definição geográfica, antes mesmo de se descobrir que o nosso planeta não é plano.
Por isso, o conceito de Norte e Sul – que se situam acima e abaixo da linha do Equador, respectivamente, foi definido a partir dessa observação.
Os trópicos, por sua vez, demarcam o limite da incidência de luz solar ao longo do ano todo nos continentes.
O posicionamento da Terra em relação ao Sol é decisivo para as definições geográficas que temos hoje. É ele também o “responsável” pelas características climáticas de cada ponto do planeta.
Nos polos Ártico e Antártico, os solstícios acontecem de maneira especial
Já entendemos que o gelo se forma nos polos por causa da baixa incidência de luz solar nessas regiões durante o ano todo.
Mas o que acontece nesses pontos durante os solstícios?
Diferentemente da linha do Equador, os polos Ártico e Antártico são, sim, afetados pelo fenómeno.
Mas, em vez de simplesmente terem um dia ou uma noite mais longos, eles basicamente vivem um dia ou uma noite de 24 horas ininterruptas.
Ou seja: enquanto o solstício de Verão começa no Hemisfério Norte, proporcionando-lhe um dia mais longo, o polo Ártico (ou polo Norte) “ganha” um dia com 24 horas de luz.
Ao mesmo tempo, no polo Antártico (ou polo Sul), o solstício de Inverno proporciona uma loooonga noite.
Na primavera e no outono, o fenómeno recebe o nome de “Equinócio”
Equinócio é uma palavra de origem latina que significa “noites iguais”.
Se os solstícios marcam o início do Verão e do Inverno, os equinócios, por sua vez, dão início ao Outono e à Primavera.
A grande diferença é que, nesses dias, os raios solares atingem a zona intertropical com tanta intensidade que proporcionam uma uniformidade quanto à quantidade de luz e de calor recebidos por ambos hemisférios.
Eles também são previstos com exactidão pela Astronomia e acontecem em meados de 20 de Março (Primavera do Norte, Outono do Sul) e 23 de Setembro (Outono do Norte, Primavera do Sul).
Acredita-se que há uma energia especial durante os solstícios
Nem só de ciência se faz a história da humanidade.
É claro que ela é imprescindível para nos guiar entre uma descoberta e outra, mas, antes de qualquer conceito poder ser comprovado cientificamente, há um processo de especulação sobre tal.
Na antiguidade, como nossa relação com a natureza era muito mais íntima e nosso estilo de vida nos permitia uma observação mais minuciosa dos fenómenos naturais, muitas lendas e misticismos foram surgindo.
Sabendo, ainda, o quão imprescindível é o calor do sol para a agricultura, e que a exposição a ele afecta significativamente até mesmo o humor das pessoas, não fica difícil entender porque os povos antigos acreditavam em energias especiais durante os solstícios.
Mesmo que elas não soubessem explicar, os resultados eram visíveis nos campos e no comportamento das pessoas.
As festas Juninas têm relação com o solstício de verão europeu
Uma das minhas épocas preferidas do ano é a de Festas Juninas.
Apesar de não ser religiosa, sou atraída desde pequena pela caracterização peculiar, danças, comes e bebes típicos.
Essas celebrações do mês de Junho são reflexo cultural das festas que os europeus faziam para comemorar o início do Verão – ou seja, o período de maior vivacidade do ano.
E isso acontece desde muito antes de aparecerem na história os santos homenageados desse mês.
Eram festas pagãs que, assim como o Natal, foram criadas para agradecer e homenagear a natureza, pedindo fartura de comida, bebida e alegria para os meses seguintes.
O ‘Horário de Verão’ não tem relação directa com os solstícios
Isso porque a rotação da Terra não modifica o ambiente apenas durante os solstícios, mas essas mudanças acontecem o tempo todo.
Quando um hemisfério entra na Primavera, a luz solar começa a ser mais intensa e os dias vão se “alongando” aos poucos.
O solstício de Verão acontece, sim, durante esse horário especial, mas não é a partir dele que definimos nossa mudança de horário.
Ah! Mas isso só vale para as cidades próximas aos trópicos. Naquelas próximas à linha do Equador não se justifica aderir ao Horário de Verão, já que, como você já sabe, não há mudanças na duração dos dias nessa região.
O solstício de inverno, na Europa, deu origem à celebração do Natal
O menor dia do ano acontece exactamente no solstício de inverno. Para os povos ancestrais, esse dia significava a vitória da luz sobre a escuridão, já que, a partir de então, a luz voltaria a reinar.
Diante dessa crença, festas baseadas nas mitologias persa e hindu reverenciavam o Sol como uma divindade, um Deus. Eram dias de festa, dança, música e fartura de comida e alegria!
Até o Império Romano incorporou as homenagens ao Sol Invictus à sua cultura.
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