Alfacinhas e Tripeiros

Alfacinhas vs Tripeiros: as diferenças na linguagem
AS DIFERENÇAS de palavras e expressões entre as duas maiores cidades portuguesas, Porto e Lisboa, já não são novidade mas ainda podem confundir muitos alfacinhas.
Na Invicta, nem vale a pena pedir um “bitoque”, porque a expressão pura e simplesmente não existe.

Uma “imperial” chama-se “fino” e em vez de pedir uma “bica”, o melhor é mandar vir um “cimbalino”.
“São mudanças de registo consoante os hábitos. O “fino’ tem a ver com o copo em que é servido, um copo alto. ‘Imperial’ é uma marca de cerveja que se especializou na cerveja servida a copo”, explica Clara Nunes Correia, do Departamento de Linguística da Universidade Nova de Lisboa.
O ‘cimbalino’ também tem a ver com uma marca, Cimbali, de máquinas de café. A ‘bica’ tem a ver com o processo de saída do café.”
Para beber um “garoto”, peça um “pingo”,
“molete” é pão e uma “sandes” pronuncia-se sem o “s”.
Para problemas de canalizações, o melhor é chamar o “picheleiro” (canalizador).
Uma “sertã” é uma “frigideira”, um “testo” a “tampa da panela” e um “boeiro” uma “sargeta”.
Um “bico de pato” não é nenhum prato típico do Norte, mas antes o tradicional “pão de leite.”
Para pendurar a roupa no armário usam-se “cruzetas”(cabides) e se quiser trancá-lo bem trancado, a solução mais eficaz é um “aloquete”(cadeado).
“Vem para a minha beira”, quer dizer “vem para ao pé de mim” e se alguém lhe perguntar as horas não diga “falta um quarto para as duas”, mas antes “duas menos um quarto”.
Numa loja de desporto, compre “sapatilhas” (ténis). Calma! não vai acabar a dançar ballet.
No Porto, o WC é um quarto e não uma casa.
As diferenças da língua portuguesa, não estão, porém, só a 300 quilómetros de distância.
Basta atravessar a ponte para descobrir que “alcagoitas” ou “ervilhanas” são “amendoins” e que o “feijão-frade” atende pelo nome de “ciclista” ou “feijão-sacana”. Se alguém o mandar comer “alpista”, não se ofenda, é apenas uma expressão, tal como “vianda”, que signica “arroz”. Na Margem Sul, os “miúdos” são “gaiatos” que jogam ao “bogalho” (berlinde).
Para pregar um prego na parede, a ferramenta certa é um “martins” (martelo).

Um gelado é um “rajá” e um “alperce” é uma “cabeça de cobra” ou “folha de rosa” (atenção, não confundir com botão de rosa, please).
As diferenças sempre existiram, até no latim porque os romanos vinham de zonas diferentes.

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