Há 25 anos morreu Aryton Senna - algumas curiosidades

Aryton Senna nasceu a 1 de Maio de 1960 e faleceu a 1 de Maio de 1994.

Aryton Senna da Silva foi um piloto brasileiro de Fórmula 1, três vezes campeão mundial, nos anos de 1988, 1990 e 1991. Foi também vice-campeão no controverso campeonato de 1989 e em 1993.

Algumas curiosidades:

Aryton Senna tinha problemas de coordenação motora, quando pequeno. De tal forma que a sua mãe, não lhe comprava um gelado, mas dois, pois tinha a certeza de que um deles iria parar ao chão.
O seu primeiro carro foi-lhe dado pelo pai, aos três anos de idade. Um ano depois, aproveitando as facilidades de ser dono de uma fábrica de metalomecânica, construiu um kart com motor e este foi o primeiro carro de “competição” de Ayrton
Aos sete anos, era capaz de passar de caixa sem embraiagem, no “jeep” da família. Um dia, numa ida à praia, “roubou” o carro ao pai e foi apanhado pela polícia. Mal chegava aos pedais e apanhou um susto de morte.
Em 1970, tinha ele 10 anos, escreveu uma redação em que se imaginou como… piloto de F1. Os professores levaram o assunto a brincar, como se fosse uma fantasia de criança, mas ele não!
A primeira corrida de Ayrton foi aos oito anos, contra pilotos de 15, 18 ou mesmo 20 anos. A grelha era sorteada e, como mais novo do lote, coube-lhe tirar o primeiro papel. Tinha o nº 1 e “conquistou” assim a sua primeira “pole position”. Na corrida, liderou 15 voltas, até ser passado. Mais tarde, foi posto fora e desistiu.
Ayrton tinha 13 anos quando… perdeu a inocência. Tudo, por obra e graça de seu primo Fabio, que lhe trouxe, numa ida à discoteca – onde não pode entrar, por falta de idade, ficando no carro, à espera – uma “loiraça de 1,80 m.” Disse ele, a propósito: “Não me assustei. Deixei lá a minha virgindade, apesar da minha ferramenta não ser suficiente para aquele monumento.”
Ayrton apaixonou-se, um dia, pela irmã de um piloto seu rival. No primeiro encontro, não arranjou outra conversa para a conquistar a não ser falar de motores, porcas e parafusos. Claro que a mocinha desapareceu… possivelmente assustada!
Aquilo que Ayrton mais gostava era rodar no kartódromo de Interlagos, com chuva ou sol. Mais nada o interessava. Chegou a matricular-se em administração de empresas, mas a tentativa durou só três meses, antes de cancelar a matrícula. Nunca mais voltou à escola.
No Estoril, durante o seu segundo “Mundial” de karting, Senna espantou tudo com a sua condução. Ele, ao contrário dos outros, abordava as curvas segurando o volante só com a mão esquerda, enquanto com a direita tapava a entrada do carburador, para o lubrificar melhor e conseguir mais potência. Na verdade, o facto de ser canhoto ajudou-o muito nessa experiência.
A primeira vez que se sentou num monolugar, foi no Fórmula V do seu amigo Chico Serra, em Interlagos. Senna, simplesmente, quase destruiu o carro, na subida do lago! Mais tarde, no primeiro teste com um Van Diemen de Fórmula Ford, em Inglaterra, revelou não ter gostado nada da experiência.
Ayrton foi para Inglaterra no início de 1981. Levava consigo uma amiga de infância, Lilian, com quem se casou em Fevereiro. Infelizmente, nem tudo correu bem – a jovem não se habituou ao clima frio da ilha e, além disso, o jovem piloto pouca atenção lhe dava. O divórcio veio pouco depois, quando ambos regressaram ao Brasil.
Ayrton era conhecido, na sua infância e entre os seus amigos, como “Beco”. Em Inglaterra, os mecânicos chamavam-no de “Harry”. Até ser Campeão de F3, no entanto, o público e a imprensa sempre o conheceram por Senna da Silva ou, simplesmente, Da Silva. Levou quase dois anos a conseguir impor o nome “artístico” por que ficou imortal.
A primeira vez que Ayrton se envolveu numa luta corpo com outro piloto foi em 1981, durante uma corrida de FF 1600, em Mallory Park. A “vítima” foi o argentino e seu rival Enrique Mansilla. Mais tarde, ficaram célebres os seus antagonismos com pilotos como Martin Brundle (F3), Alain Prost, Nelson Piquet e Nigel Mansell (F1) e, também, o pugilato com Eddie Irvine, no Japão, em 1993.
Um dos grandes amigos de Senna foi o fotógrafo inglês Keith Sutton. Ainda na FF1600, ambos começaram a enviar comunicados de imprensa, acompanhados por fotos das suas provas, a todos os directores de equipas de F1. Na altura, Bernie Ecclestone, Frank Williams, Ron Dennis, Peter Warr, entre outros.
Na intimidade, Senna era muito diferente da imagem seca que deixava transparecer em público. Durante cinco anos, partilhou uma casa com Maurício Gugelmin. Uma vez, esqueceu-se de uma sanduíche, que tinha preparado para o almoço, ao sair apressadamente de casa, para uns testes. Gugelmin, desconfiado de que era “mais alguma sacanagem” de Ayrton, só comeu a apetitosa sandes quando Senna lhe telefonou a perguntar se a tinha deixado em casa…
Na FF1600, Senna ganhou uma corrida em Snetterton totalmente sem travões. O piloto descobriu isso na travagem para a primeira curva, mas mesmo assim não deixou de liderar sempre a prova, até à vitória. Ao aproximar-se do parque fechado, Senna gesticulou para os mecânicos, que o festejavam, sem saber do problema, se afastarem e só parou com ajuda da caixa. Indignados, quiseram saber porque quase os tinha morto a todos… e só acreditaram quando viram que os discos de travões estavam gelados!
Em 1982, Senna foi convidado para fazer uma corrida com Sunbeam Ti, em conjunto com alguns dos maiores especialistas de corridas de carros de Turismo ingleses. Sem nunca antes ter pegado no carro, em sete voltas conseguiu uma vantagem de mais de sete segundos e… nunca mais ninguém o viu!
A primeira vez que andou num F3, no caso de Eddie Jordan, Senna bateu o recorde da pista de Silverstone, depois de escolher as melhores afinações para o carro. Com estas mesmas afinações, o piloto de Jordan, que até aí não tinha ganho nada, venceu as três corridas seguintes.
Depois de ganhar o título europeu de FF2000, em 1982, numa corrida na Dinamarca, Ayrton foi festejar para as ruas da cidade, tendo apanhado uma monumental bebedeira… com dois vodkas e um gin tonic. Foi uma estreia absoluta, diz quem sabe.
Ayrton teve muitas dificuldades em se adaptar ao clima gelado e ventoso da Inglaterra. De tal forma que, nos primeiros anos, andava quase sempre constipado ou, mesmo, com gripe. Mas isso não o impediu de quebrar recordes e vencer corridas atrás de corridas, desde a FF à F3.
Quando foi correr para a West Surrey Racing, na F3, o patrão da equipa, Dick Bennetts, cancelou o seguro do carro, “porque o rapaz nunca comete erros e não se despista.” No dia seguinte, Ayrton teve o seu primeiro acidente, nos treinos de Cadwell Park, e destruiu o Ralt.
Na última corrida de F3, que decidia o título, a equipa resolveu tapar a entrada de ar do radiador, para fazer subir mais depressa a temperatura do óleo e, assim, dar mais potência ao motor nas voltas iniciais. Isso possibilitava a Ayrton ganhar tempo aos seus adversários. Cumprido este primeiro ponto, o piloto tinha depois que se esticar dentro do “cockpit” para tirar o autocolante da entrada do radiador. Mas, para isso, era preciso desapertar os cintos de segurança. O problema foi que não teve tempo de os voltar a apertar antes da primeira curva, no caso uma chicane, que fez todo solto dentro do carro! Mesmo assim, venceu a corrida e o campeonato.
A primeira vez que pilotou um McLaren, foi em Silverstone, em 1983. Então, Senna foi mais rápido do que Lauda tinha sido nos treinos para o GP da Grã-Bretanha, meses antes! Isto, apesar de ter conduzido com cãibras na perna direita, pois estava algo apertado dentro do “cockpit”, o que lhe retirava sensibilidade do pé “do acelerador”.
Quando Senna começou na Toleman, em 1984, a sua frequência cardíaca em repouso era de 74 a 75 pulsações por minuto. Nos últimos anos da sua vida, era de apenas 48. No mesmo período, a quantidade de sangue que passa pelo coração aumentou de 37 ml por minuto para 62!
Senna foi o primeiro vencedor de uma corrida de automóveis realizada no novo Nurburgring. Foi em 1984, no dia de inauguração da pista e após convite da Mercedes, que aproveitou a ocasião para o lançamento do 190E. Todos com carros iguais, o brasileiro não teve pejo em bater os seus colegas de pista… nomes como Lauda, Prost, Jack Brabham, Rosberg, Laffite, Phil Hill, Alan Jones, Reutemann, Watson, Stirling Moss, Hunt, John Surtees ou Scheckter. Perfeitos “desconhecidos” e neófitos, portanto… “Agora, tenho a certeza de que vou chegar lá.” Palavras de Ayrton, depois da corrida. “Lá”, era o título de Campeão na F1.
Senna pilotou nos 1000 Kms. de Nurburgring de 1984 um Porsche 956 da Joest Racing, então dirigida por Domingos Piedade. Fazia equipa com Henri Pescarolo e Stefan Johansson e, sete voltas depois de entrar em pista, alcançou toda a gente e, durante as 65 voltas em que rodou, foi sempre o mais rápido em pista. “Exuberante e divino!” – classificou-o então o “manager” português.
Nos finais de 1984, Ayrton contraiu um vírus, que lhe provocou uma paralisia facial. Sem conseguir focar do olho direito, ficou afastado das pistas durante três meses e impedido de participar nos testes de inverno, onde deveria estrear-se com a sua nova equipa, Lotus. Um ano depois, terminou a temporada sem equilíbrio, no GP da Austrália, depois de uma infecção num ouvido provocada por um acidente de ski náutico, em férias, nas ilhas Maurício.
Senna desistiu em 1988, no GP do Mónaco, quando se descontraiu demasiado, ao comandar com mais de 50 segundos de vantagem sobre Prost. Depois de bater nos rails, à entrada do túnel, saiu do McLaren sem dizer palavra, saltou para fora da pista e fez meia volta, em direcção a casa, a 200 metros dali. Na boxe da equipa, ninguém sabia de nada, pois o piloto nada disse por rádio sobre o que tinha sucedido.


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