Efeméride 17 de Julho de 1918: O Assassinato da Família Romanov.

Nicolau II, sua esposa Alexandra, suas filhas Olga, Maria, Tatiana, Anastasia e o menino Alexei

O assassinato da Família Imperal da Russia teve lugar há 100 anos na noite de 16 para 17 de Julho (1918)

As revoluções sociais trazem em seus processos de mudança, situações que acabam sendo inevitáveis. A Revolução Russa de 1917, considerada por Eric Hobsbawm, como uma  Revolução Mundial, por seu significado e extensão, não foi diferente. Entre Fevereiro e Outubro de 1917, a Rússia  marcha para uma jornada de mudanças ininterruptas: em 23 de Fevereiro de 1917 iniciaram-se as passeatas que resultaram na queda do regime no dia 27, culminando com a prisão do Czar e sua família.

 O povo russo, desde o século XIX, vivia em miséria. O Czar Nicolau II, imperialista, inseriu seu império em guerras desastrosas: Guerra Russo-japonesa, cuja derrota impulsionou e Ensaio Geral de 1905, e a Primeira Guerra Mundial, que acabou por trazer consequências fatais, haja vista que a participação da Rússia ao lado da Entente foi a gota d'água para a eclosão revolucionária e o fim dinastia Romanov.

Conforme observou o historiador Marc Ferro, “ o povo russo nutria um tal ódio contra seus dirigentes que derrubar o czarismo era para ele um dever tão sagrado como a defesa da pátria. Foi para a guerra, mas a derrota também o levou a condenar o regime responsável. Esperava demais pelas reformas, pacientemente: assim, derrubando o czarismo, quis executar um só golpe a revolução social”. 

Após a queda do Czarismo, foi implantado um governo provisório e, ao mesmo tempo, um duplo poder: de uma lado a burguesia liberal no comando do governo; do outro os bolcheviques no comando dos sovietes. Os desacertos do governo provisório e a permanência da Rússia na guerra, conduzem ao desfecho da segunda revolução. Em Outubro, os Bolcheviques sob o comando de Lenin tomam o poder e a revolução tem um novo perfil, é socialista. E o destino dos Romanov? Quem os condenou ao fuzilamento? Ao longo de seu reinado, Nicolau II cometeu tantos derramamentos de sangue que, ele mesmo, decretou sua triste história. Prisioneiros na cidade de Ecaterinburgo, pelas ordens de Lenin, foram assassinados em 17 de Julho de 1918.